Passatempos que viraram negócio: Qual o Segredo?

Não é raro vermos exemplos de empreendimentos de sucesso que começaram de forma descompromissada e conseguiram status.

Qual seria a tônica desse tipo de sucesso? Separamos algumas reflexões sobre o tema, confira!

Paixão e experiência 

É inegável que quando se exerce uma função sem grandes pressões externas, seu aproveitamento tende a ser maior.

A teoria dos grandes talentos inatos já está obsoleta. A epistemologia dentro da psicologia mostra que a prática é o único caminho para a capacitação. Certamente muitos fatores ajudam, mas nenhum é capaz de substituir a prática que se constrói pouco a pouco.

Considerando que 98% do mercado de cervejas brasileiras é das pilsens com adição de cereais não-maltados e o imposto que incide sobre importações de bebidas é altíssimo, é fácil entender o que levou muitos apreciadores de cerveja, por exemplo, a quererem produzir, experimentar e replicar seus sabores favoritos.

Com a expansão do acesso à internet, pessoas do mundo todo podem se reunir para discutir sobre seus temas favoritos, isso acaba aproximando e criando uma rede de apreciadores das bebidas artesanais. O autor do sucesso Tenebrosa, por exemplo, viu o anúncio de um equipamento para cerveja caseira e, mesmo sem prática, se sentiu tentado a produzir.
Junto da esposa e seguindo diversos tutoriais e acompanhando os grupos de produtores, criou um branding que foi se popularizado, entre erros e acertos, conta que se divertiu muito e que “bebeu todas, até nos erros”.

A Patente e o mecenas 

Produções que começam timidamente, numa escala para atender os “chegados” e apreciadores mais próximos também pode acabar caindo nas graças de pessoas com bom olho, paladar e algum capital extra.

Dinho Diniz e Otávio Veiga, em entrevista à ISTOÉ, disseram que, em uma das ocasiões numa mesa de bar, com o amigo e cantor Seu Jorge, falando sobre fugir da massificação das cervejas industriais acabaram selando um pacto de produção que, de 2013 até hoje tem dobrado anualmente sua capacidade produtiva e hoje tem 5 sabores, chegando a produzir 100mil litros por mês.

Nos EUA dos anos 90 havia a mesma massificação de pilsens e muitos consumidores, cansados da ausência de aroma, cor e sabor que obrigava seus consumidores a beber estupendamente gelada passaram a produzir de forma independente até que, dentro de meia década as produções de ales já tomavam um percentual considerável do mercado. “O Brasil tem seguido pelo mesmo caminho”, alega o fundador da Dado Bier, que saúda a expansão das microcervejarias.

Cervejas que patenteiam temas, como a Birits, em referência ao imortal personagem dos Trapalhões, Mussum e a Duff, que usa a icônica cerveja dos Simpsons tiveram muito sucesso. A catarinense SaintBier saiu na frente e aproveitou o sucesso da série. O empreendimento foi feito à muitas mãos de pequenos cervejeiros que socializaram os riscos e tiveram grande êxito.

A Tendência 

Maioria dos cervejeiros que começaram timidamente e prosperaram são muito positivos sobre o crescimento de seu mercado que quase dobra anualmente.

A comunidade cervejeira é muito receptiva, seus consumidores são pessoas maduras e bem-dispostas a dar suporte a seus produtores.

À parte daqueles que já cresceram dentro desta tradição, maioria dos microprodutores buscou o ofício por amor, produzindo para amigos e pequenos estabelecimentos, curiosos e atentos com a infinidade de opções e decididos a sair do lugar comum.

O crescimento exponencial fará com que mais entusiastas acabem considerando levar o branding de sua pequena produção de garagem adiante, se associar com outros entusiastas para criar uma rede, um nome, dar uma cara nova ao ambiente das bebidas artesanais, o incentivo e a demanda estão se tornando reais e viáveis!

 

Mexer o mosto, envasar, experimentar com aromáticos, todo pequeno cervejeiro faz todas essas etapas com muito carinho e atenção pensando no resultado que irá compartilhar com os amigos, explicando os processos, discutindo os critérios de cor, sabor. Estes são os sentimentos que irão vencer o monopólio e humanizar o mercado de bebidas alcoólicas.

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