A tradição de se produzir cerveja é antiga e anda junto da própria história das sociedades.
O próprio Código de Hamurabi – onde estão escritas as leis do povo Mesopotâmico, com mais de 4 mil anos – já possuía regulamentações sobre a produção, comércio e consumo de cerveja.
A parte mais tradicional da arte cervejeira certamente aponta para a Idade Média, onde monges preparavam em seus monastérios mostos aromatizados com sálvia, gengibre, louro e lúpulo. O lúpulo acabou se tornando uma escolha popular por aumentar sua preservação e conferir o sabor amargo.
Foram os primeiros tipos produzidos. As cervejas Lambic eram maturadas à céu aberto, seu mosto interagindo com as leveduras presentes no ar, o processo era demorado, pois sua fermentação era natural.
Essas cervejas costumam ter um sabor bastante ácido e não continham leveduras além das próprias partículas do ar. Os monges europeus usavam bastões que continham uma cultura de leveduras, por mais que não tivessem plena consciência do processo, já que seu uso ainda era desconhecido por grande maioria.
Hoje sua produção é a mais rara, dado o trabalho e tempo requeridos para maturação. Continuam sendo tradicionais das regiões belgas e são engarrafadas apenas após todo o processo, pulando a etapa de carbonização na garrafa.
Seus ingredientes costumam ser envelhecidos e evitam processos industriais.
Segundo pesquisa, a única versão prontamente engarrafada é a Cantillon Grand.
As ales se popularizaram no século XV, especialmente no norte europeu.
São cervejas de alta fermentação, que trabalham com leveduras que fermentam rápido e em altas temperaturas.
As ales tem por característica principal seu sabor frutado. Estas cervejas possuem muitas subcategorias de acordo com as especificidades de sua produção, algumas delas são:
Categoria popular, que tem como representantes as Blonde Ales e Kölschs, bebidas claras e de sabor mais suave e palatável.
São ales avermelhadas, produzidas em baixas temperaturas e com leveduras comuns nas cervejas lager, por isso, têm um período curto de fermentação, como as Californians e Altbiers.
Como o nome também indica, são cervejas encorpadas com tonalidades similares ao branco. Recebem aromas variados, de acordo com sua origem de produção, como as Indian Pale Ales, Imperials e Brown Ales.
– Porter: São cervejas escuras com amargor e acidez e bastante carbonadas. É um blend da propriedade de outras Ales, como a Old Ale, Pale e Mild Ale. Oriundas do Reino Unido.
– Stouts: São cervejas similares às Porters, porém, mais escuras e fortes, graças a seu malte torrado, que pode ser obtido até através do chocolate e café. Ela tem um gosto bastante característico da torra, cremosidade e falta de açúcar. Apesar de menos palatáveis para o gosto comum, são muito populares no mundo, como a famosa cerveja Guinness.
Outra categoria popular, oriunda e tradicional nas regiões alemãs. Essas cervejas são produzidas com trigo, no caso da Weizenbier e das Roggenbiers, também da região alemã que, ao invés da intenção adocicadas das Weiss, são mais secas e picantes.
Também possuem variações de cervejas escuras que são mais adocicadas, menos lupuladas, de maltagem e carbonagem forte.
Uma tradição desse tipo de cerveja é que o mosto acaba ficando com um sedimento. Serve-se a cerveja com o copo deitado, evitando a produção de espuma e então agita-se o conteúdo mais denso da garrafa com um resto de líquido. Ao ser despejada na caneca ela produzirá um colarinho com forte sabor.
As Strong ales são originárias da Bélgica e possuem teor alcoólico bem alto, são cremosas e produzem bastante colarinho.
Sua clareza a faz parecer uma lager simples, mas, especialmente devido ao teor alcoólico e sua densidade, são bebidas aconselháveis para a harmonização com alimentos de massa e frutos do mar.
Também possuem muitas variantes, cervejas escuras e pálidas – é uma categoria muito ampla e variada.
As Lagers são, de longe, a família mais popular de cervejas na atualidade.
Até 90% do consumo mundial se refere às lagers. Graças a um processo moderno de industrialização nos anos 50, tornaram-se muito viáveis comercialmente.
O que as difere das Ales é o fato de serem de baixa fermentação, isso é, sua fermentação ocorre em baixas temperaturas, seu sabor é menos frutado, levemente amargo e recomendado para ser bebida gelada.
É uma cerveja relativamente mais fraca. Historicamente, sua origem vem da espuma das cervejas de altas fermentação, as ales, que, ao transbordar, tinham sua espuma usada como levedura de fermentação junto de um novo mosto. Essas cervejas eram estocadas em adegas e cavernas frias, onde o fermento se acumulava no fundo do tanque (baixa fermentação) e esse processo era chamado Lagering.
Tradicionalmente são cervejas mais suave e claras, ideais para consumo em baixas temperaturas.
Por ser a cerveja mais popular na produção industrial, elas possuem métodos distintos, para barateá-las, por exemplo.
As Pilsens utilizam outros cereais não maltados, como o milho, para complementar seu processo. Mas esse não é o padrão das pilsens, é apenas o caso das industriais.
Apesar das diferenças de produção das Ales, as lagers têm suas características marcantes, não é à toa que são as favoritas, especialmente em países quentes.
Dentre as lagers, além das pilsens, temos as bocks, mais doces, fortes e acobreada, as dunkels, escuras, doces e mais carbonizadas e as viennas, avermelhadas que remetem ao sabor mais torrado e à massas.
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