Chá ou café? Suco ou refrigerante? Vinho ou Cerveja? Quais bebidas de cada categoria são as favoritas aqui e mundo afora?
Muitas coisas podem determinar a diferença de consumo em cada país, como a forma de distribuição e seu mercado em geral. Mundialmente, o café e o chá são as bebidas mais citadas. Talvez pelo processo menos industrializado e facilidade de distribuição, além de ter muito há ver com a vida cotidiana, trabalho e tudo mais.
Mas quando vamos para a categoria de bebidas comerciais, os números são realmente variados de lugar para lugar.
Muitas vezes, empresas que possuem monopólio de sucos são as mesmas de refrigerantes e até de cervejas. No Brasil, por exemplo, uma das maiores empresas de bebidas do mundo opera com diversas marcas diferentes, InBev, Coca Cola Company, e isso diz muito sobre nossos hábitos de consumo.
Depois da água, café e chá, a bebida mais consumida em média pelo brasileiro é o refrigerante. Enquanto muitos países fazem até mesmo campanhas de saúde pública para reduzir seu consumo, o nosso só aumenta. Outro fator que pode colocar os refris no topo é o fato de serem consumíveis por qualquer faixa etária.
Vinho Ou Cerveja: Números Sobre O Consumo
Mas a cerveja não fica muito distante em proporção. É o símbolo maior de celebração, de happy hour, festa, de socialização.
As companhias de cerveja no Brasil continuam crescendo à revelia do recesso da indústria em geral. Nosso país se mantém como um dos maiores produtores e consumidores de cerveja do mundo, sendo um dos poucos latino americanos no ranking.
O brasileiro consome em média 62 litros de cerveja por ano, contra 2 de vinho e 7 de cachaça.
Apesar de pouco consumido em território nacional, outros países latino-americanos se sobressaem no consumo, Argentina e Chile consomem uma média de 28 litros anuais, comprada à países europeus, que por acaso são líderes invictos no consumo tanto de vinho quanto cerveja.
Esses países conseguem simular a qualidade propícia para a produção de alguns modelos de uvas finas europeias, isso certamente estimula o consumo. No Brasil também se produz uma quantidade considerável de uvas finas, mais ao sul, junto do eixo dos outros produtores.
O status do vinho também é relativamente diferente do da cerveja: também é símbolo de celebração, mas da celebração mais privada, do consumo mais privado em geral, é a bebida favorita dos casais, de celebrações mais sofisticadas. Mas o vinho também tem uma propriedade que, apesar de no Brasil não termos tanto o hábito, é uma ótima companhia às refeições. O contraste que causa no sabor dos alimentos, além de abrir o apetite e melhorar o desempenho do metabolismo, enquanto a cerveja, no geral, causa uma sensação de “estufamento”.
Entre vinho ou cerveja, cada uma tem suas propriedades e momentos, a relação de consumo de ambos certamente diz muito sobre uma cultura e seu mercado. Mas ambas são grandes paixões e tem seu prestígio mais do que garantido historicamente.
Qual vale mais a pena produzir para vender?
Olhando para esses números, você pode pensar que o mercado de vinhos no Brasil é inviável devido à média de consumo nacional, mas isso é um engano! O mercado de vinhos em grande escala é mais diversificado e menos monopolizado que o de cervejas.
Além disso, o apreço pelo vinho no Brasil não deixa de ser enorme e possuir diversos sommelieres e entusiastas. A variedade de consumo também é maior e a mídia especializada, assim como a comunidade, muito ativa.
O número de consumo também não demonstra que o volume alcoólico de cada bebida é diferente e faz sentido que uma bebida com quase o dobro de teor alcoólico da outra seja relativamente menos consumido. O consumo do vinho acontece em mais circunstâncias que o da cerveja. Muitas pessoas tem aquela garrafa separada para momentos especiais, ao chegar do trabalho, durante uma refeição mais fina.
Ora, afirmar que há uma espécie de monopólio da cerveja no Brasil também não é um argumento para desestimular a produção de cerveja. Na verdade o mercado de cervejas artesanais nunca cresceu tanto. Ele abraçou todos os egressos das cervejas tradicionais e industriais, cansados da queda na qualidade e da mesmice.
Se por um lado a distribuição e competição entre vinhos no Brasil é menos monopolizada por empresas nacionais, também é verdade que muitas vezes rótulos importados ganham a preferência de muitos consumidores. O Brasil não produz alguns dos modelos mais populares em larga escala e, apesar de rótulos internacionais também terem mais chance de tomar a frente quando se fala de cervejas especiais, a produção nacional consegue produzir muitos tipos de cerveja à preços bem menores de distribuição.
A mídia e a comunidade das cervejas artesanais também é volumosa e muitos eventos acontecem no Brasil com o tema, festas, grandes competições, conferências. O ambiente é acolhedor para muitos cervejeiros novos que se engajam.
Os vinhos não ficam tão atrás em questão de eventos e festividades, mas muitas vezes não são tão abertos para a exposição de rótulos, mas continuam sendo grandes ambientes de networking e divulgação.
Muitos de ambas as tradições, vinho ou cerveja, estão concentradas no eixo sul e centro-sul do país, onde há muitas cidades de ascendência italiana, francesa e alemã. A internet encurta muitos espaços de comércio, mas ainda sim é importante considerar o mercado ao seu redor;
Vinhos podem ser mais rentáveis em vendas online, por uma unidade geralmente conter mais bebida e ser consumida geralmente em um intervalo maior de tempo.
Já as cervejas são ótimas para o consumo in loco e fazer parcerias com bares, restaurantes e outros estabelecimentos pode dar uma ótima alavancada em seu negócio.
O vinho artesanal certamente tem uma tradição mais longa que se mantém relativamente intocada e o mercado de cervejas artesanais tem aumentado a cada ano. A demanda por ambos ainda é grande pois, mesmo para o vinho que tem mais tempo de tradição, o modelo de mercado tem mudado.
O potencial de ambos é grande e seus públicos, apesar de muitas vezes distintos, também são compartilhados por ambas as bebidas em diferentes situações.
Se seu ambiente é o marketplace, há uma chance de receber visitas de ambos em uma proporção similar, mas se o foco é sobre cervejas, talvez ambientes urbanos tenham mais chances de fazer sucesso, por possuírem mais tribos e estabelecimentos diversificados para a distribuição, como food trucks, barbearias, hamburguerias, conveniências especializadas.
Os vinhos podem prosperar relativamente em ambas, mas em regiões menores há uma relação de fidelização de consumo com a vinícola regional e o produto pode ser vendido tanto em mercados quanto em restaurantes , lojas de artigos finos, de alimentos integrais.
Ao fim, a escolha fica relativa à alguns fatores importantes que tentamos apontar no artigo, o potencial de ambos é ótimo e seus índices têm subido satisfatoriamente!
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